Colega veio falar comigo a respeito do grupo. Disse que já estava
cansado e que a galera não vinha mais no mesmo pique de antes. Ele não
sabia mais o que fazer para o pessoal se motivar e participar mais.
Estava desanimado.
Uma amiga foi a uma consulta médica para entregar uns exames de rotina e tomou um choque ao saber que a situação do seu organismo já não era tão boa como há dois anos. Ela estava com uma doença séria e o tratamento era extremamente desgastante. Seu estado emocional ficou abalado.
Uma amiga foi a uma consulta médica para entregar uns exames de rotina e tomou um choque ao saber que a situação do seu organismo já não era tão boa como há dois anos. Ela estava com uma doença séria e o tratamento era extremamente desgastante. Seu estado emocional ficou abalado.
Notícias chegam de assessores que desanimaram do acompanhamento. Não
aguentam mais insistir em diálogos inexistentes com o clero e com
diversas lideranças de outros movimentos e pastorais que insistem em
olhar para seus próprios interesses e estruturas e não para uma ação
pastoral de conjunto.
Os exemplos poderiam ser vários porque as dificuldades, as más
surpresas, os empecilhos são os mais variados e nos mais diversos
formatos. O bloqueio, a pedra no caminho, a porta fechada, a pouca participação, os desgastes, a saúde que fica abalada, as relações que se enroscam e as falsas expectativas são todos elementos que nos fazem pensar se isto vale ou não a pena.
Certamente nestas horas, muitos param para se perguntar se tudo isso
vale a pena. É tanto murro em ponta de faca que a mão já não tem mais
lugar para as cicatrizes. Por que continuar a bater? Até onde essa
insistência nos leva? Por que continuar?
O coordenador que desiste de um grupo desmotivado ou o assessor que
desanima no diálogo difícil com as outras organizações e com o clero
toma a mesma atitude da jovem que desiste do tratamento contra uma
doença séria só porque o tratamento é desgastante. Gasta o pouco tempo
que lhe resta vendo acabar aquilo que chegou a amar um dia.
Olhar os fatos pelos fatos, sem os óculos da fé, é de fato desanimador.
As barreiras vão se sucedendo, os tropeços sendo mais constantes, o
desleixo vai tomando conta até que o baque chega. Realmente, a opção
mais fácil é desistir. Contudo, o preço a ser pago pela desistência é a
morte. E morte aqui tem muitos sentidos. Repare na realidade que você
vive e veja os frutos colhidos por quem já desistiu de um bom projeto.
A insistência em fazer o bem e o que é certo é constantemente provada pelas barreiras da vida. “O forno prova os vasos do oleiro” (Eclo 27,5). Sem a provação, este propósito de fazer o bem não é firmado e consolidado.
Resistir e enfrentar, levantar-se após tantas quedas, superar-se e
motivar outros tantos juntos com você exige um esforço enorme, algo que
talvez até então não tivesse se manifestado em sua vida. Resistir é
preciso. Dar-se uma segunda chance também. Acreditar no potencial alheio
é necessário. Nada disso, porém, nos dá a certeza de uma vitória.
Claro que queremos que as coisas deem certo. Obviamente que para isto
nós investimos todos os esforços. Mas a vida não segue as regras
matemáticas. Apesar de toda dedicação, existe, para o bem e para o mal, o
imponderável, o acaso, o não previsto. Isto tudo é para dizer duas
coisas. Certeza nunca haverá. O objetivo final é importante, mas não
devemos nos descuidar do processo.
Não é porque o objetivo não foi alcançado que tudo o mais não deu certo. “O forno prova os vasos do oleiro”.
O caminho até a meta que almejamos tem que ser bem trilhado. Coisas
inesperadas podem aparecer e nos fazer parar momentaneamente ou rever o
roteiro. Teremos dificuldades, mas creia que elas estão aí para você
tirar alguma lição delas. Desistir, jamais.
Certeza também não é fé. Fé é entregar-se livremente todo a Deus, apesar
dos momentos de inverno, de reclusão, de deserto, de parada. A fé é
professada pelas palavras e manifestada pelas atitudes porque, afinal,
sem obras ela é morta (Tg 2,26). Eis o motivo de não podermos desistir. É
preciso agir, pois o inverno não é eterno e a primavera logo chegará.
Venha! Meu coração está com pressa, quando a esperança está dispersa, só a verdade me liberta. Chega de maldade e ilusão.Venha! O amor tem sempre a porta aberta. E vem chegando a primavera. Nosso futuro recomeça. Venha! Que o que vem é Perfeição!
(Perfeição – Legião Urbana)
Fonte: Blog Pjotando
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